Foto: Reprodução/ Healthline
Afinal, vacinar ou não os filhos? Na dúvida, alguns pais decidem não arriscar, mas será que esta é a atitude certa? De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde os índices da cobertura vacinal de bebês e crianças tiveram nova queda em 2017 e atingiram o nível mais baixo do país nos últimos 16 anos. Com isso, foi identificado que todas as vacinas indicadas para crianças com menos de um ano não alcançaram a meta. A informação causa preocupação aos especialistas que têm constatado o aumento da ocorrência de algumas doenças que já foram erradicadas ou que já estão controladas no Brasil e no mundo.
Entre muitas possíveis justificativas estão as notícias falsas quem vêm se espalhando na internet. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) fez um alerta para o problema das notícias falsas sobre saúde que estão circulando em redes sociais e aplicativos de mensagens. Essas fake news muitas vezes desencorajam as pessoas a tomar vacinas e doenças como sarampo e poliomielite voltaram a ser tema recorrente. Segundo relatório da OMS, os casos de sarampo e poliomielite aumentaram em todo o mundo.
Para orientar pais e responsáveis pelas crianças, a Dra. Renata Coutinho, infectologista do Hospital Rios D’Or, esclarece dúvidas sobre vacinação, e explica para a gente o que é verdade ou não. Afinal, vacinar as crianças faz mal?
A vacinação é um dos melhores métodos para prevenir as principais doenças infectocontagiosas da infância. E, além de ter benefício individual, existe um grande benefício coletivo, pois diminui a circulação dessas doenças na população em que essas crianças convivem. Tem também outros ganhos, como menor taxa de hospitalização, de óbito, de sequelas, de abstinência no trabalho, porque todas essas doenças acabam afetando, inclusive, a vida econômica dos pais e atividade profissional. Sendo assim, os ganhos acontecem em várias áreas, não só na saúde individual.
As vacinas têm seus riscos e benefícios, e, neste caso, recomenda-se a comparação entre os riscos da doença e os riscos da vacina. Exemplo, a febre amarela: o risco de ter um evento grave pela vacina é de 1 em 1 milhão de doses; e o risco de ter febre amarela selvagem grave é 10 em 100 casos – e mortalidade é muito alta. Matematicamente, é incomparável o risco da doença selvagem e o risco da vacina. Assim, a vacina tem indicação e em caso de dúvidas, deve-se consultar o médico.
A vacina é um produto médico imunobiológico dos mais seguros que existem por vários motivos. O principal deles é que ela é usada em larga escala. Em todos os programas de vacinação no mundo, o ideal é que se vacine 100% da população alvo. Então, exige-se um tempo bem extenso de estudo para introduzi-la no mercado. Inclusive, um estudo sobre sua funcionalidade. É preciso que esse produto seja de alta segurança, e, realmente, é.
A principal e mais preocupante é o ressurgimento de doenças erradicadas e aumento da incidência de doenças.
Seguramente. E os pais/responsáveis têm que compreender que algumas doenças são graves e inerentes as condições clínicas das crianças. Ou seja, este é um contra-argumento para aqueles que acreditam que crianças saudáveis e bem nutridas estariam imunes de doenças, não precisando ser vacinadas. O ideal é que esta concepção seja aceita por todos, pois, por exemplo, a pneumococcemia pode matar qualquer criança, inclusive as saudáveis. A gente já passou por experiencia de mães que tinham essa filosofia e mudaram de ideia uma vez que os filhos estavam na UTI com doenças que seriam imunopreviníveis, ou seja, que poderiam ser evitadas com a vacinação.
Dependendo da vacina, sim. Por exemplo, não devem ser vacinadas crianças que têm comorbidade específica, imunodeficiência, portadora de HIV, transplantado de medula, doença renal crônica e transplantado de órgão sólido. Apesar de ser um procedimento seguro, sempre se coloca na balança riscos e os benefícios. Se o risco da vacina for maior que os benefícios, ela é suspensa, pela segurança do paciente. O médico que acompanha a criança deve ser sempre consultado para uma orientação mais específica e segura.
Placas ou pintas no corpo até 24 horas depois a vacinação, convulsão com ou sem febre e alguma dificuldade motora. A criança deve ser encaminhada ao serviço de emergência e/ou ao médico pediatra.
Do ponto de vista prático, o ideal seria pela manhã, pois, assim, teria o dia inteiro para observar. De noite, todos estão dormindo. Mas não é um procedimento que exija o acompanhamento dos pais o dia todo, pois, geralmente, as crianças ficam bem.
A contraindicação para vacinar são doenças febris agudas graves. Mas, em caso de dúvida, indica-se buscar orientação do pediatra.
As que são programadas para serem juntas no calendário não têm interferência de resposta vacinal. Mas, existem outras com indicação de intervalo mínimo de aplicação, exemplo da tríplice viral e febre amarela. Isso tudo é respeitado pelo esquema de vacinação pública, que tenta ao máximo simplificar as vacinações, diminuindo as chances de falha de cobertura e o número de visitas dessa criança nos postos.
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